sexta-feira, 25 de maio de 2012

Sem saneamento, 1,5 mil crianças morrem por ano em Pernambuco. Se pudessem escolher, aprovariam privatização do serviço

No lançamento da privatização do saneamento, o governador Eduardo Campos ressaltou que é insustentável a situação atual de cobertura de esgoto em Pernambuco e no Brasil. 


“Não podemos mais conviver com isso. O saneamento é uma questão humanitária, de saúde e de cidadania. Portanto, estratégica para o governo”, afirmou Eduardo Campos.

A falta de saneamento é uma questão de saúde pública. Cerca de 1.500 crianças de até 14 anos morrem por ano nas cidades de abrangência da PPP por doenças provocadas pela ausência da coleta e tratamento de esgoto, com doenças infecto-contagiosas.

O governador justificou o projeto da PPP do Saneamento como a única alternativa encontrada para realizar as obras necessárias para atender os 15 municípios no prazo proposto. 

“Como não temos capacidade de endividamento para captar os R$ 4,5 bilhões necessários, como não temos fontes de empréstimo a fundo perdido ou doação, tivemos que recorrer à parceria privada para realizar as ações que o povo precisa”, disse. 

Eduardo Campos também ressaltou que todo o patrimônio, fruto desta PPP, será repassado à Compesa, ao final do contrato, de 35 anos. 

“A Compesa continuará uma empresa pública, forte, uma das maiores do setor de saneamento, cumprindo a sua missão social, atendendo à população com serviços essenciais”, observou.

O presidente da AESBE, Abelardo de Oliveira Filho, elogiou a decisão do governador de Pernambuco em priorizar em sua gestão o setor de saneamento, sempre esquecido, e considerou a PPP um grande avanço para resolver a questão da falta de recursos para obras de esgotamento sanitário no Estado. 

“A PPP é bem vinda e será um grande desafio para o governo pernambucano. A maioria dos políticos não enxerga o setor como prioridade, já que as obras são enterradas e não servem para inaugurar com nomes de parentes”, afirmou. Na opinião do dirigente da AESBE e também presidente da Embasa (Empresa Baiana de Águas e Saneamento), as concessionárias não vão conseguir com financiamentos e tarifas resolver essa questão caótica de esgotamento sanitário no Brasil.

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