AE – O Brasil não prevê novas usinas nucleares até 2021. O
secretário-executivo do Ministério de Minas e Energia, Márcio
Zimmermann, afirmou nesta terça-feira que, no plano decenal que
compreende o período encerrado naquele ano não está prevista nenhuma
outra central além de Angra 3. “As informações que tenho tido é que o
plano de 2021 não vai considerar (novos projetos desse tipo). Vamos
esperar para ver os outros”, declarou, depois de participar do 9º
Encontro Nacional do Setor Elétrico (Enase), no Rio. No plano que
considera o horizonte até 2030, porém, o governo prevê que haja espaço
para a construção de quatro a oito centrais nucleares.
Para sair do papel, uma usina leva seis anos a partir do início da
construção. Zimmermann diz, no entanto, que, antes de o governo tomar
uma decisão nesse sentido, precisa de mais um tempo para discutir
detalhes de seu programa nuclear. “O novo programa nuclear implica em
outra discussão, como o tipo de central que vamos usar, qual será a
tecnologia”, afirmou.
Sobre as concessões de usinas hidrelétricas que vencerão a partir de
2015, o secretário afirmou que o governo ainda não decidiu se colocará
os empreendimentos novamente em leilão ou se poderá renovar os
contratos. “Desde 2008, estamos estudando (que solução adotar). Estamos
dentro do prazo”, disse Zimmermann, sem revelar até quando uma decisão
será tomada.
Segundo ele, entre 2015 e 2017 concessões de empreendimentos
responsáveis pela geração de 20 mil MW vencerão. Zimmermann defendeu
como prioritária a participação das hidrelétricas na matriz energética
brasileira e como vetor importante de desenvolvimento em outras regiões
do mundo, apesar das críticas de alguns países cuja visão é, na
avaliação do secretário, “distorcida”. “Não imagine que você vá
desenvolver a África instalando placas solares”, afirmou. “Em países
com nível mais baixo de desenvolvimento é preciso projetos
estruturantes.”
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