quarta-feira, 9 de maio de 2012

Obama se torna o primeiro presidente americano a apoiar o casamento gay


Barack Obama disse nesta quarta-feira que é favorável aos casamentos homossexuais, se tornando com isso o primeiro presidente dos Estados Unidos em exercício a assumir esta posição a respeito de uma questão social potencialmente explosiva, a seis meses da eleição presidencial. Imagem: Saul Loeb/AFP Photo
Barack Obama disse nesta quarta-feira que é favorável aos casamentos homossexuais, se tornando com isso o primeiro presidente dos Estados Unidos em exercício a assumir esta posição a respeito de uma questão social potencialmente explosiva, a seis meses da eleição presidencial.
"Para mim, pessoalmente, é importante dizer que eu acredito que os casais do mesmo sexo devem poder se casar", afirmou em uma entrevista concedida nesta quarta-feira à rede ABC, ressaltando que cabe aos estados americanos se decidirem sobre o assunto.
Obama, que há tempos mantinha uma ambiguidade em torno do tema, explicou que havia chegado a esta conclusão após uma longa reflexão, depois de ter conversado "com amigos, familiares, vizinhos" e de ter visto "membros da equipe que mantêm relações homossexuais monogâmicas muito estreitas e criam seus filhos juntos".
Ele também mencionou os militares homossexuais que, apesar do fim de uma lei que os obrigava a esconder sua orientação sexual sob pena de exclusão, se sentem "limitados (...) porque não podem se unir em matrimônio".
O presidente também afirmou que havia conversado com estudantes republicanos que, mesmo manifestando suas divergências em relação a sua política econômica ou diplomática, "acreditavam na igualdade" em matéria de direitos dos homossexuais.
Ele ressaltou também que suas filhas "Malia e Sasha têm amigos cujos pais são do mesmo sexo". Tratar diferentemente os homossexuais "não tem sentido algum, para elas, e francamente, isso muda a perspectiva" sobre esse debate, considerou.
Há meses, o presidente democrata, que havia se manifestado em favor das parcerias civis em 2008, sem ter apoiado até então o casamento entre pessoas do mesmo sexo, se contentava a explicar que a sua posição a respeito deste tema estava "em evolução".
Mas o vice-presidente Joe Biden provocou alvoroço no domingo ao se pronunciar pela primeira vez em favor dos casamentos homossexuais.
"Estou absolutamente confortável com o fato de que os homens que se casam com homens, as mulheres que se casam com mulheres e os homens e as mulheres heterossexuais tenham exatamente os mesmos direitos", disse Biden. Mas a Casa Branca indicou que ele havia se expressado a título pessoal.
Segundo uma pesquisa Gallup divulgada na terça-feira, os americanos estão muito divididos sobre a legalização dos casamentos gays: 50% são a favor, e 48% são contra.
Os casamentos entre parceiros do mesmo sexo são até o momento legais em seis estados americanos de 50, além da capital Washington, mas trinta estados adotaram emendas constitucionais limitando o casamento a uma união entre um homem e uma mulher.
O último destes estados foi a Carolina do Norte, onde 61% dos eleitores se pronunciaram na terça-feira a favor desse tipo de emenda.
A Carolina do Norte é um estado do Velho Sul conservador, mas onde Obama havia vencido em 2008 e com o qual ele conta para tentar conquistar um segundo mandato de quatro anos em 6 de novembro. Sinal da importância que foi dada a essa região pelos democratas, a convenção presidencial que confirmará Obama como candidato será realizada nesse estado de 3 a 7 de setembro.
Em campanha por sua reeleição, Obama visita com frequência lares de casais homossexuais organizando atos de recolhimento de fundos. Na segunda-feira, o Washington Post indicou que um "grande doador" a cada seis da campanha de Obama é gay.
Da AFP Paris

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