terça-feira, 29 de maio de 2012

Estaleiro Atlântico Sul e acionistas silenciam


Para não ter contratos cancelados dentro do prazo estabelecido, o Estaleiro Atlântico Sul (EAS) precisa mais que firmar uma nova parceria tecnológica para substituir a Samsung Heavy Industries. Segundo nota divulgada pela Transpetro, o estaleiro pernambucano terá que apresentar um “plano de ação e cronograma confiável de construção dos navios” e um “projeto de engenharia para os navios que atenda às especificações técnicas contratuais”. O EAS informou que não vai se posicionar sobre o assunto, já que o cliente (a Transpetro) assumiu a postura de informar novos passos dos negócios. As acionistas Queiroz Galvão e Camargo Correia também não se pronunciaram.
“Caso o EAS não cumpra as exigências, os contratos poderão ser rescindidos, mantida a possibilidade de aplicação de sanções previstas”, diz nota da Transpetro, que deixa claro, ain­da, que durante o período de suspensão dos contratos, a estatal não fará novos aportes para construção dos navios.
E a partir de agora, o estaleiro que não atender às cláusulas contratuais firmadas com a Transpetro poderá sofrer punições semelhantes, que vão de suspensão a cancelamento, como medida mais drástica. O alerta foi dado ontem pelo presidente da subsidiária, Sérgio Machado. O Programa de Modernização e Expansão da Frota (Promef) da Transpetro foi elaborado a partir de três premissas: construir os navios no Brasil; ter um índice de conteúdo nacional mínimo de 65%; e atingir competitividade internacional após a curva de aprendizado. Com o cumprimento das duas primeiras premissas, o Brasil já tem hoje a quarta maior carteira de encomendas de navios do mundo e os estaleiros brasileiros têm hoje 60 mil trabalhadores.
A terceira premissa do Promef, a busca por competitividade internacional, justifica a criação do Setor de Acompanhamento dos Processos de Produção (SAP), com foco nas melhorias de padrões de produtividade. O SAP deverá apontar gargalos e soluções para que os prazos de construção no Brasil sejam reduzidos progressivamente, como preveem os contratos do Promef.

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