domingo, 13 de maio de 2012

Dia das Mães embalado por uma decisão



Dona Célia e dona Jacira, mães de Moacir e Caça Rato, querem o título como presente (Diego Nigro/Folha PE)
LUCIANO VAZ/FOLHA PE
Aquele tradicional almoço em família, presentes e muito dengo. A rotina das mães brasileiras, no segundo domingo de maio, corre sempre para esse lado. E não é diferente com dona Jacira e dona Célia. Contudo, a comemoração do Dia das Mães de ambas, neste ano, não vai ser completa, pois os seus respectivos filhos, Flávio Caça Rato, do Santa Cruz, e Moacir, do Sport, estarão em campo, na Ilha do Retiro, disputando a final do Campeonato Pernambucano. Para compensar as ausências, as grandes homenageadas do dia já têm o pedido de presente na ponta da língua: querem, “somente”, o título do estadual, e se possível com gol dos “queridinhos da mamãe”.
Amigas de longas datas, as quase vizinhas do bairro do Arruda não perderam tempo para dar início às provocações – logicamente, num clima de muita paz e descontração. “A gente que é mãe sofre junto, mas domingo sou eu que vou rir mais, porque o Santa Cruz vai ser campeão com gol de Caça Rato”, brincou dona Jacira, a mãe do atacante tricolor. “Tenho certeza que vamos ser campeões, e a vitória virá com gol de Moacir”, retrucou dona Célia, mãe do lateral rubro-negro.
Coincidentemente, os dois jogadores são amigos de infância e foram criados no bairro do Arruda. O lateral-direito rubro-negro, Moacir, se casou e foi morar com a esposa, mas não deixa de ir em casa todo dia para curtir o aconchego da mãe. Já Flávio Caça Rato vai mais além. Mesmo casado e com um filho recém-nascido, não pensa em sair do colo de dona Jacira nem tão cedo. A sua residência fica bem próxima da sua “segunda casa”, o Estádio do Arruda.
“Eu até brinco com Joca (apelido carinhoso dado pela mãe), perguntando quando vai sair de casa, porque ele é muito apegado a mim”, contou dona Jacira, demonstrando orgulho pelo sucesso do filho. Bem humorada, a mãe do atacante tricolor não perde uma partida no Arruda e conta como fica em dias de jogos do seu filho. “Eu sofro bastante, fico muito nervosa, choro quando ganha ou perde e grito muito”, contou.
Basta um rápido olhar para reconhecer a mãe do lateral-direito rubro-negro. A semelhança é imensa. Dona Célia reside até hoje na casa onde Moacir foi criado, na rua das Moças. O bairro, como todos sabem é “tricolor”. Naquelas bandas, apesar de também ter um bom número de torcedores do Sport, a massa coral é que prevalece. Tanto que os pais do jogador torcem pelo maior rival do time do filho, o Santa Cruz.
Ou pelo menos torciam. Como é o caso de dona Célia, que virou a casaca assim que Moacir foi contratado pelo Leão. Já o pai dele continua tricolor “doente”. “Eu torcia pelo Santa mesmo, mas agora torço para o time que ele estiver jogando. Já o pai dele fica secando o Sport, mesmo quando o jogo não é contra o time dele, o Santa Cruz”, confessou, para depois, como uma boa rubro-negra, dar uma cutucada nos rivais. “Sou muito mais feliz agora, sendo rubro-negra. Os tricolores são muito sofredores”, brincou.
Além de ser mãe de jogadores de futebol e morarem no mesmo bairro, dona Célia e dona Jacira têm mais coisas em comum: o medo da violência nos clássicos locais. Por isso, devem assistir à final do Estadual em suas respectivas casas. As duas já “solicitaram” o título do campeonato como presente do Dia das Mães, porém, sabe-se que apenas um dos filhos poderá realizar esse desejo. Resta saber qual dos dois não vai chegar em casa com as mãos abanando.
Vizinhas do Arruda: dona Célia virou casaca por causa de Moacir e dona Jacira não perde um jogo do Santa

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