quinta-feira, 24 de maio de 2012

Deu no pleito: Séries C e D estão suspensas


"Vamos acatar a decisão, mas o planejamento segue", afirmou Constantino Júnior (Foto: Jedson Nobre)

O Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) anunciou, no final da tarde de ontem, a suspensão do início das Séries C e D do Campeonato Brasileiro, que aconteceria neste final de semana. O presidente da entidade, Rubens Approbato, concedeu o pedido de liminar do Santo André para que as competições só comecem quando houver uma decisão definitiva das brigas judiciais envolvendo o próprio clube paulista, o Treze/PB, o Rio Branco/AC, o Brasil/RS e o Araguaína/TO. Portanto, Santa Cruz, Salgueiro, Petrolina e Ypiranga, todos representantes de Pernambuco nas duas séries, ainda não têm data para estrear na competição nacional.
Entretanto, segundo o diretor de futebol do Santa Cruz, Constantino Junior, a preparação seguirá normalmente. “Nós temos que continuar nossa preparação da mesma forma, como se a estreia fosse acontecer mesmo no domingo. Vamos acatar a decisão judicial, mas nosso planejamento segue, pois não podemos passar qualquer tipo de relaxamento para os jogadores para não tirar o foco”, afirmou.
Se o adiamento é negativo por causa do planejamento do clube e da tabela, pode ser positivo para alguns jogadores se recuperarem de lesões a tempo de estrearem junto aos demais. É o caso do goleiro Tiago Cardoso e do volante Anderson Pedra. Este último, segundo o médico do clube, Wilton Bezerra, deve começar a transição até amanhã, enquanto Cardoso ainda sente dores e já havia sido descartado da partida inaugural.
Todo o imbróglio desta paralisação teve início ainda no ano passado, quando o Brasil/RS perdeu seis pontos na temporada pela escalação irregular do lateral-direito Claudio. A decisão do STJD beneficiou os paulistas do Santo André, que se livraram do rebaixamento. Para inverter a situação, o clube de Pelotas acionou a Justiça Comum antes de se esgotarem as instâncias na esfera esportiva, o que é proibido pela Fifa. No início do mês, o Tribunal de Justiça do Rio Grande do Sul (TJ/RS) determinou que o clube fosse incluído imediatamente na competição sob pena de multa diária de R$ 100 mil.
A outra briga envolve três clubes: Treze/PB, Araguaína/TO e Rio Branco/AC. Tudo começou no ano passado, quando o clube acreano acionou a Justiça Comum para liberar a Arena da Floresta, então interditada. Por conta disso, acabou punido com o rebaixamento. No entanto, após um acordo jurídico, o time do Norte reconquistou o direito de disputar a Série C.
Este fato desagradou tanto o Treze, quinto colocado na Série D de 2011, como o Araguaína, que acabou rebaixado no lugar. O clube paraibano, então, na última sexta-feira, confirmou na Justiça da Paraíba, por meio de uma liminar, a sua presença na Terceira Divisão nacional. Mas a sua inclusão não está homologada pela CBF.
Vale salientar que, segundo a legislação da Fifa, os três clubes – Brasil, Rio Branco e Treze – podem ser desfiliados por terem acionados a Justiça Comum. Esta, aliás, é uma das principais preocupações de Approbato. “A soberania de cada país pode editar normas a respeito de matéria desportiva. Mas se essas normas forem contrárias às da Fifa, a entidade pode, sem ferir a soberania do país, desfiliar o clube”, explicou.
DEPOIMENTOS
“O adiamento até certo ponto é bom porque podemos condicionar ainda mais nossos jogadores que chegaram agora, como é o caso de Vanderlei. Mas já estávamos preparados para a estreia. Agora, vamos aguar­dar o posicionamento oficial da CBF so­bre uma previsão de início da Série C”

Carlos José, diretor de futebol do Salgueiro
“Não esperávamos o adiamento, mas temos que acatar. Não podemos parar de treinar, portanto temos que cumprir com a folha de pagamento. Se o campeonato não começar logo, será ruim para a gente, porque significará no aumento das nossas despesas mensais”
Antônio Carlos Benevides, presidente do Petrolina
“Espero que a estreia aconteça o mais rápido possível. Afinal, nós temos um planejamento para os próximos dois meses. E se a pri­meira fase da Série D do Brasileiro for esticada em duas semanas, teremos um aumento considerável de custo”
Flávio Pontes, presidente do Ypiranga
*Com informações da Agência Estado.

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