segunda-feira, 14 de maio de 2012

Deu na FolhaPE: A vitória da persistência



Memo foi um dos destaques do Santa Cruz. Bem diferente do que acontecia no passado (Jédson Nobre/FolhaPE)
DANIEL GOMES/FOLHA PE
Fazia tempo que o Santa Cruz não se orgulhava tanto. Poder bater no peito e afirmar que, mais uma vez, o que foi feito em casa, deu resultado. O torcedor tricolor ainda tem a memória fresca quando busca, em meio às lembranças, lances do atacante Gilberto, que hoje está no futebol gaúcho, aprontando das suas com os pampas.
Mas outro garoto fruto da base coral foi tão festejado quanto o camisa 9 de 2011. Emerson Gomes de Moura fez sua estrela brilhar em meio ao bicampeonato tricolor. Pode ter batido a dúvida em quem não se familiarizou com o nome Emerson. Mas, com certeza, os que estão com a interrogação na cabeça já gritaram muito o nome “Memo” nas arquibancadas do Arruda.
E Memo usou de um artifício bem diferente do utilizado por Gilberto para ficar marcado. Em vez da explosão repentina, entrou a tão sonhada e vislumbrada regularidade. Marcação aliada a um bom passe. Boas e regulares exibições. O principal canal entre a defesa e o meio-campo vestiu a camisa 7. As vaias deram lugar aos gritos de incentivo. A trilha sonora das arquibancadas acompanhou a evolução do seu futebol.
Certamente, quando vestiu a camisa coral pela primeira vez, quando ainda fazia parte do time sub-20, em 2007, Memo viu um cenário bem diferente do que vive hoje. Naquele ano, o time foi rebaixado para a Série C do Campeonato Brasileiro e vivia uma das maiores crises da história. Parecia o fundo do poço, mas ainda ia piorar.
Justamente em uma das fases mais controversas da sua vida. Afinal, foi em 2008 que o volante recebeu suas primeiras oportunidades na equipe principal. Assim como todo o grupo, não mostrou um bom futebol e naufragou novamente. A Série D agora era a realidade.
O menino dos cabelos longos foi emprestado. Passou pelo futebol paraibano e cearense para voltar mudado. Com um novo corte de cabelo, agora mais curto, pode-se perceber que algo diferente predominava em Memo. Não só fisicamente, mas o futebol era outro, era melhor. Algo como um “Sansão às avessas”. Diferente do personagem biblíco, a falta das madeixas deu força para o garoto nascido na cidade de Bonito.
Força para entrar em campo mesmo sob críticas e superar as barreiras, respondendo as adversidades apenas com a bola no pé. “A alegria é enorme. Na última temporada, foi aquela surpresa, um time com jogadores desconhecidos. Agora já havia uma responsabilidade maior, era preciso uma atenção redobrada para conquistar a taça. Particulamente, fiz tudo o que estava ao meu alcance para essa conquista”, disse Memo após o bicampeonato. O título trouxe o reconhecimento necessário ao camisa 7 e, finalmente, a controversidade virou coisa do passado.

Nenhum comentário:

Postar um comentário