segunda-feira, 21 de maio de 2012

Desemprego entre jovens caiu, diz OIT


A quantidade de jovens empregados cresceu no Brasil nos últimos cinco anos, ao contrário do que ocorreu em boa parte do mundo. A taxa de desempregabilidade brasileira considerada “notável” pela Organização Mundial do Trabalho (OIT), caiu de 21,8% para 15,2% entre 2007 e 2011. Os dados fazem parte do conjunto de dados do relatório Tendências Mundiais do Emprego Juvenil 2012, que projeta para este ano o desemprego de cerca de 75 milhões de jovens, o que corresponde a 12,7% da parcela mundial dessa população.
O estudo da organização constatou que há estagnação no mercado de trabalho desde 2008, como consequência da crise econômica. A atual taxa de desemprego mundial é praticamente igual à de 2009, quando houve o pico de desemprego juvenil, após uma tendência de queda entre 2005 e 2008 – período em que aproximadamente 7 milhões de jovens entraram no mercado de trabalho.
A queda do desemprego juvenil no Brasil faz que o país esteja com taxa inferior à de países desenvolvidos, inclusive da União Europeia, que deve chegar a 18% neste ano. Na América Latina e Caribe, a média de desemprego dessa população está em torno de 14,3%, com previsão de chegar a 14,6% até 2016.

De acordo com a professora de administração da Universidade de Brasília (UnB), Débora Barem, o Brasil não sofreu as consequências da crise econômica mundial com a mesma intensidade que outros países.
“Estamos em franco crescimento econômico e produtivo. Os empresários e as indústrias estão investindo e contratando mais gente. É natural que haja menos desemprego e eu acredito que isso vá se perpetuar”, explicou Débora.
Segundo o relatório da OIT, a falta oportunidade a profissionais jovens faz que eles procurem trabalhos temporários, de baixa produtividade, em que executam funções aquém de suas capacidades e recebem salários mais baixos do que o desejado. O estudo ainda constatou que capacitação e níveis mais altos de educação não necessariamente são convertidos em melhores empregos e mercados de trabalho mais eficientes.
Em todo o mundo, cresce a quantidade de jovens no grupo dos Neet (sigla em inglês para: sem estar estudando, trabalhando ou em treinamento). Estima-se que 10% de toda a população juvenil esteja nessa situação.
“O sistema econômico não tem prioritariamente orientação para empregar, mas para competir. Essa competitividade exige formação cada vez mais sofisticada dos jovens, mas o mercado não tem compromisso com isso. A pessoa pode se aperfeiçoar, mas o mercado só os assume se tem vaga. Existe um descompasso entre a necessidade de se empregar e a disponibilidade do mercado”, disse o professor emérito da UnB, o sociólogo Pedro Demo. As informações são da Agência Brasil.

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