Brasília – O advogado do senador Demóstenes Torres (sem partido-GO)
protocolou hoje (7) um pedido ao Conselho de Ética do Senado para que
seja concedido mais prazo para a defesa dele. O advogado Antônio Carlos
de Almeida Castro alega que ainda não teve tempo suficiente para
estudar o relatório preliminar do relator do processo, senador Humberto
Costa (PT-PE), e pede mais dez dias para isso. Com informações da
Agência Brasil.
Para Castro, o amplo direito de defesa do senador ficará prejudicado
se o conselho votar o relatório de Costa amanhã (8), conforme está
marcado. O presidente do Conselho de Ética do Senado, senador Antônio
Carlos Valadares (PSB-SE), disse que irá estudar esta noite a petição
do advogado para decidir se acata o pedido.
“Amanhã darei um retorno. Eu vou ler o meu despacho [amanhã], fazer
um resumo da petição dele e dizer se concordo ou não. Na verdade eu não
tive nem com o relator ainda para conversar. Vou conversar ainda com
ele e me debruçar sobre isto essa noite”, disse o presidente do
conselho.
Se Valadares recusar o pedido da defesa de Demóstenes e o relatório
de Humberto Costa for aprovado amanhã (8), um processo de investigação
será aberto para apurar as denúncias resultantes de inquérito da
Polícia Federal (PF) sobre o envolvimento de Demóstenes Torres com uma
quadrilha de exploração de jogos ilegais em Goiás. Inúmeras conversas
de Torres com o empresário Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos
Cachoeira, foram grampeadas pela PF durante as investigações. Cachoeira
é acusado de chefiar a quadrilha que corrompia funcionários públicos e
atuava no jogo do bicho e com máquinas caça-níqueis.
Nas conversas, os dois trataram de dinheiro repassado por Cachoeira
a Demóstenes e do uso da influência do senador com outras autoridades
para resolver assuntos de interesse do empresário. O nome de Demóstenes
também é citado por outras pessoas da quadrilha em conversas grampeadas
pela PF. Nesses diálogos há referências a valores que seriam pagos ao
senador provenientes das atividades ilegais de Cachoeira. Demóstenes
alega inocência. Se o processo de investigação for realmente aberto,
ele pode resultar num pedido de cassação do mandato do senador que terá
que ser votado pelo plenário do Senado.
Nenhum comentário:
Postar um comentário