Brasília – Por unanimidade, o Conselho de Ética do Senado decidiu
abrir processo disciplinar por quebra de decoro parlamentar contra o
senador Demóstenes Torres (sem partido – GO). Em votação aberta e
nominal, os integrantes do conselho aprovaram hoje (8) o relatório do
senador Humberto Costa (PT-PE). Com informações da Agência Brasil.
Caso seja decidido que Demóstenes faltou com o decoro, em sua
relação com o empresário de jogos ilegais de Goiás Carlos Augusto
Ramos, o Carlinhos Cachoeira, a punição prevista é a cassação do
mandato de senador. Carlinhos Cachoeira está preso desde o dia 29 de
fevereiro, acusado de comandar uma rede criminosa envolvendo políticos.
Essas ligações foram investigadas nas operações Vegas e Monte Carlo, da
Polícia Federal, que flagraram conversas entre Demóstenes e Cachoeira.
A representação contra Demóstenes no Conselho de Ética foi
apresentada pelo PSOL. O parecer enfatizou o caráter político do
processo no Conselho de Ética e as contradições identificadas nas
posturas adotados pelo parlamentar em diferentes momentos de sua
defesa. Humberto Costa, no relatório, também fundamentou que o que está
em jogo é a imagem do Senado e não só a do senador. Ele argumentou
ainda que Demóstenes entrou em contradição ao se dizer contrário à
legalização dos jogos e defender, nas votações do Senado, a legalização
dos bingos.
Também hoje, na parte da tarde, a comissão parlamentar mista de
inquérito (CPMI) instalada para investigar os negócios de Cachoeira com
agentes públicos e privados tomará o primeiro depoimento. Os deputados
e senadores da comissão ouvirão o delegado da Polícia Federal Raul
Alexandre Marques Sousa, responsável pela investigação da Operação
Vegas, que desvendou um esquema de exploração de caça-níqueis e
contratos públicos comandado por Cachoeira.
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