segunda-feira, 28 de maio de 2012

Conheça os hábitos que podem agravar o glaucoma


Estresse, uso incorreto de colírios e sedentarismo podem piorar o quadro da doença ocular


Ter o diagnóstico tardio

Oftalmologista - Getty Images
Há diferentes tipos da doença, mas o glaucoma de ângulo aberto, considerado crônico, é o mais comum de todos, correspondendo a 80% dos casos. A parte complicada é que muitas pessoas não percebem os sintomas até o início da perda da visão. Entre os sinais mais comuns desse tipo da doença é a perda da visão periférica. "Este tipo de glaucoma mais incidente é assintomático, portanto é comum que as pessoas só descubram a doença quando já há danos razoáveis e irreversíveis no nervo ótico", ressalta o oftalmologista Paulo Augusto Arruda Melo, diretor científico da Associação Brasileira dos Amigos, Familiares e Portadores de Glaucoma (ABRAG). 


Por isso, a importância das consultas de rotina com um oftalmologista, que devem ser feitas a cada ano. "Quanto mais cedo for feito o diagnóstico, menores serão os danos à visão e mais eficiente será o tratamento", completa Paulo. Quem tem fator de risco para a doença deve fazer os exames com maior periodicidade. Os principais são: quem têm incidência da doença na família, afrodescendentes, pacientes com idade acima dos 40 anos de idade e quem tem miopia.  

Não tratar o estresse 

Estresse - Getty Images
Outro tipo de glaucoma, menos incidente, é o de ângulo fechado, porém é mais fácil de ser diagnosticado. Os sintomas clássicos são vermelhidão e dor intensa nos olhos, náuseas e vômitos. Uma das principais causas dessa lesão é o estresse. "Quando a pessoa tem níveis elevados de estresse, a pupila dilata, o que desencadeia um mecanismo denominado bloqueio pupilar, levando ao aumento da pressão intraocular", explica o oftalmologista Vital Paulino Costa. Sendo assim, as pessoas que têm glaucoma devem controlar os níveis e estresse, uma vez que as crises podem levar a danificação do nervo óptico, causando a perda de visão.
Falta de exercícios 
Caminhada - Getty Images
Uma das maiores recomendações dos especialistas a pacientes com glaucoma é a prática regular de exercícios físicos. "A prática de atividades aeróbicas, como caminhada, natação e corrida, ajuda muito na diminuição da pressão intraocular. O exercício melhora a aptidão cardiovascular, favorecendo a irrigação sanguínea do nervo óptico. Além disso, a prática faz diminuir a produção do humor aquoso e ajuda na drenagem do líquido", explica o oftalmologista Vital Paulino. O especialista afirma também que logo depois de praticar o exercício a pressão intraocular já diminui significantemente. Por outro lado, a pressão também sobe, em média 72h depois. Por este motivo, é importante praticar atividades físicas regularmente, no mínimo, três vezes por semana. "Caminhar 30 minutos por dia já é o suficiente para obter os benefícios à saúde os olhos", diz Vital Paulino.
Uso incorreto dos colírios 

Colírio - Getty Images
Um dos tratamentos do glaucoma é o uso de colírios, muitas vezes mais do que um. O uso incorreto deste medicamento atrapalha o tratamento, além de reduzir sua eficácia. "Os colírios devem ser utilizados da maneira prescrita pelo médico, respeitando os horários, os intervalos entre um colírio e outro (que são de geralmente de 5 a 10 minutos) e aplicando da forma correta", explica a oftalmologista Roberta Velletri, do Instituto de Moléstias Oculares (IMO). A especialista explica que a maneira correta de aplicar o colírio é pingando uma só gota com o olho aberto, segurando a pálpebra superior para cima. Depois, permanecer com o olho fechado por volta de um minuto.
Ingerir muito líquido em pouco tempo 

Água - Getty Images
Ingerir uma quantidade grande de líquido de uma só vez e sem pausa para respirar pode ser uma prática perigosa para quem tem glaucoma. "Isso causa grande produção de humor acuoso rapidamente, porém esse líquido será drenado lentamente. Isso pode causar o aumento da pressão intraocular", explica o oftalmologista Vital Paulino. Mas os especialistas alertam: é muito importante hidratar o corpo e consumir pelo menos dois litros de água por dia.
Falta de conscientização do paciente

O glaucoma é uma doença crônica, portanto não tem cura, mas pode ser controlado. "O controle da doença é feito com o tratamento durante a vida toda. A realização de exames como a medida da pressão, do campo visual e o mapeamento de retina são fundamentais para evitar as complicações. O glaucoma não deve ser esquecido e ignorado, pois pode representar uma cegueira irreversível no futuro", explica a nutricionista Roberta.
Instrumentos de sopro 


Saxofone - Getty Images
Outra recomendação pouco conhecida é para que os pacientes evitem tocar instrumentos de sopro, como trompete e saxofone, por exemplo. "No momento das notas que exigem mais esforço na hora do sopro, acontece o aumento da pressão intraocular. Por este motivo, esse tipo de instrumento deve ser evitado por pacientes que tem glaucoma", recomenda Vital Paulino. A mesma recomendação vale para o hábito de encher balões soprando o ar, pois isso aumenta a pressão interna do olho.
 
Preste atenção nas posições da Yoga 

Yoga - Getty Images
Quem tem glaucoma e costuma praticar Yoga também deve tomar alguns cuidados especiais. Todas as posições invertidas devem ser evitadas. "Esse tipo de posição da yoga faz com que a drenagem do humor acuoso diminua, fazendo com que aumente a pressão intraocular", explica Vital Paulino.

Hipertensão e diabetes 

Hipertensão - getty Images
Um estudo realizado pela Universidade de Michigan e publicado na revista americana Ophthalmology, faz um alerta quanto a relação de hipertensão e diabetes a um maior risco de glaucoma. De acordo com os pesquisadores, o diagnóstico de diabetes tipo 2 aumenta o risco de glaucoma em 35%. E quando há hipertensão arterial a chance é maior em 17%. Mas, quando ambas condições estão presentes, a probabilidade de desenvolver glaucoma é de 48%. Vale lembrar que a relação das doenças com o glaucoma ainda está sendo estudada.


Por Sarah Uska

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