terça-feira, 22 de maio de 2012

Carro mais barato. Trânsito mais caótico


(Foto:Divulgação)

O anúncio do Governo Federal de uma série de medidas para enfrentar a crise internacional e estimular o consumo, principalmente de veículos, implica na redução de cerca de 10% no preço dos automóveis. “O resultado esperado com essas medidas é reduzir os custos do investimento no País”, afirmou o ministro da Fazenda, Guido Mantega, sem se preocupar com o efeito disso no trânsito das capitais, hoje totalmente estrangulado.
Todos nós sabemos que em algumas cidades brasileiras, principalmente o Recife e suas ruas chamadas de “avenidas” está cada vez mais difícil se locomover, seja de ônibus, carro, e, daqui a pouco, até mesmo moto. Com quase meio milênio de vida, o Recife discute apenas agora a ausência de um plano de mobilidade urbana para a cidade, tema estendido para toda a Região metropolitana. Nos últimos anos, experimentamos o impulso causado pelo neoliberalismo nos proporcionando acesso a bens duráveis mais baratos graças ao crescimento econômico. E o carro sempre foi o objeto de desejo e poder para todas as classes sociais, principamente para a chamada nova classe média atraída cada vez mais pelos financiamentos e promoções.
O Governo diz que o Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) cobrado em todos os financiamentos para consumo cairá de 2,5% para 1,5%. O Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) será reduzido até 31 de agosto em até sete pontos percentuais, de acordo com o modelo e a cilindrada do veículo. Mantega garante que bancos públicos e privados se comprometeram a cortar juros, aumentar o volume de crédito e aumentar o número de parcelas em que os financiamentos são oferecidos. Enquanto isso, a frota de carros só faz crescer e o cenário não tem nada de animador para quem já passa muito tempo preso no trânsito. Na capital pernambucana são quase 600 mil veículos e na RMR mais de 1 milhão espalhados em vias sem a menor infraestrutura. A sociedade se encanta com os carros, e o poder público, pelo visto só tem olhos para o equilíbrio da economia.

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