segunda-feira, 5 de março de 2012

Eduardo confessa ter premeditado morte dos pais e diz que não se arrepende


Eduardo confessa ter premeditado morte dos pais e diz que não se arrepende. Assista ao vídeo com o relato do Gestor do DHPP. Imagens: Raphael Guerra/DP/D.A Press
 Polícia fala a respeito das investigações sobre assassinatos de bispo e esposa
Eduardo Olímpio Cavalcanti, de 29 anos, confessou à polícia ter assassinado os pais, o bispo anglicano, Dom Edward Robinson Cavalcanti, 67, e a professora aposentada Miriam Cavalcanti, 64, a facadas. O jovem disse que premeditou os crimes, pelos quais não se arrepende.
O relato foi feito durante quatro horas de depoimento colhido na sede do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), na tarde do sábado passado, depois que ele recebeu alta médica do Hospital da Restauração (HR) e antes de ser levado ao Centro de Observação e Triagem Professor Everardo Lodi (Cotel), em Abreu e Lima.
Eduardo contou ao delegado José do Prado que foi motivado por sentir-se desprezado e abandonado pelo pai. Revoltado por ter sido enviado aos Estados Unidos aos 16 anos de idade, ele contou que voltou a sentir-se negligenciado pela família quando voltou para casa este ano após um processo de deportação nos EUA. No país, ele respondia a 15 processos de trânsito e uso de drogas.
Segundo ele, a decisão de assassinar os pais foi reforçada com a recusa do bispo em acolher no Brasil a atual esposa dele e os três filhos que ele teve de diferentes relações.
A polícia, no entanto, acredita que a motivação financeira não pode ser totalmente descartada, uma vez que Eduardo teria questionado os familiares se duas jovens de 18 e 21 anos que moravam na casa dos pais há três anos teriam direito à herança.
A respeito da intenção em adquirir um revólver, expressa a um amigo da família ainda na chegada ao Aeroporto dos Guararapes, Eduardo disse que o revólver serviria para sua defesa e não para matar o casal. Ele confessou ser viciado em heroína e integrar uma quadrilha formada por imigrantes italianos e cubanos na qual teria ingressado após passar pelo “batismo” da venda de um quilo de heroína.
Eduardo contou que no dia do crime teria ingerido 60 cápsulas do medicamento Zenax, receitado para ansiedade, com o objetivo de se encorar para a ação. O laudo do Instituto de Criminalista (IC)que pode comprovar essa informação ainda não foi concluído.
O jovem foi indiciado pelo crime de duplo homicídio duplamente qualificado pelo motivo fútil e cruel. Ao todo, nove testemunhas foram ouvidas durante as investigações. O inquérito concluído foi apresentado na manhã desta segunda-feira.
Com informações do repórter Raphael Guerra

Nenhum comentário:

Postar um comentário