terça-feira, 27 de março de 2012

Descaso: Loteamento Bom Jesus de baixo também está abandonado

Nossa equipe esteve no loteamento Bom Jesus de baixo, que é a porta de entrada de Jataúba, para quem vem da vizinha Santa Cruz do Capibaribe, e lá, como em quase todos os bairros da terra da beterraba e da renascença, a situação é calamitosa, não há nenhum serviço sendo prestado para os moradores, é uma situação de abandono total.


Seu Naldo cansou da esperar: saneou a rua com recursos dos
próprios moradores. Foto: Roberval Jr/Correio Jataubense


Para o comerciante Edinaldo Sabino dos Santos, de 48 anos, mais conhecido por Naldo, que mora no local há cinco anos, a situação é calamitosa. O mesmo sente-se excluído por não desfrutar de nenhum dos serviços básicos para o desenvolvimento humano – “Ah, sempre foi assim, do posto pra cá, parece, que Deus me perdoe, parece que é condenado!” – reclama o morador, que não dispõe de calçamento, saneamento básico, serviço de correios, enfim, nenhum poder público atua ali.


O mesmo executa, por conta própria, o desentupimento do esgoto precário que os próprios moradores fizeram com recursos próprios – “Aqui nós é pedreiro, é faxineiro, é limpador de fossa, é nós tudo que faz aqui ó” – e continua: “o povo precisa de tão pouquinho, é só o mínimo que precisa, mas, infelizmente é a realidade né”.


Seu Naldo mostra como os moradores improvisaram.
Foto: Roberval Jr/Correio Jataubense

O mesmo conta que para fazer o esgoto, procurou a prefeitura – “Procuramos, mas infelizmente eles disseram que iam fazer, mas depois veio falar que não podia fazer porquê não era legalizado, essas coisa, ai nós mesmo fizemos, não tinha outro jeito, ai fizemos tudinho, todo esse loteamento aqui” – conta o morador que alega que nem os anéis da tubulação a prefeitura deu: “Nada, nós que do bolso cada um deu sua parte, um peço de cano, saco de cimento” – e completa: “É triste por que nós vê uma cidade tão boa que nem Jataúba, e vem a vontade de eles mesmo cuidar, se eles cuidasse era tão bom pra nós, pra eles mesmo, mas, é isso aí ó, é isso aí que você tá vendo, a realidade tá aí ó, pra qualquer um ver”.



Saneamento improvisado pelos moradores: nem os anéis das caixas
de esgoto foram doados. Foto: Roberval Jr/Correio Jataubense 

Ao ser perguntado o que poderia de cara mudar a realidade do local, seu Naldo não hesita: “Primeiro é água né, que é o necessário né, é o básico que todo mundo precisa né, e em segundo o calçamento e melhorar esse saneamento também, pra num tá vendo essas coisa... por que nós criemos de qualquer jeito aí né, por que agente num somos profissional”, “É essas coisa, primeiro água, segundo saneamento ou calçamento mesmo, isso aí já estava bom demais... o brasileiro em si, no geral, ele precisa de pouquinho, é um pouquinho só, não é muita coisa” – finaliza.

Outra moradora da localidade é a dona de casa Erivânia Maria de Sousa, de 26 anos, e que mora no local há quase um ano. Segundo a mesma, que é mãe da uma criança, as dificuldades do local são – “As dificuldades daqui é muita poeirana rua, sem ter o calçamento, esgoto estourado, que com criança num pode, e muriçoca bastante, que o carro passou... passa de vinte em vinte dias, mas só passou uma vez até agora” – Conta a dona de casa que diz que a rua está abandonada: “Aqui falta tudo, tá completamente quase abandonada a ruinha... aqui tudo foi nós, a energia, esgoto, tudo foi nós, mas mesmo assim tá, com o dinheiro pouco né, tá ficando é tudo ai acabado”. Segundo a mesma, pra melhorar a situação da comunidade o que poderia mudar de cara seria - “o esgoto né, dá uma melhorada no esgoto, colocar o calçamento aqui na rua que está muito acabado, porque colocando o esgoto, dando uma ajeitada, as muriçocas vão embora né, pra vista o que tá, por que tem criança pequena” – completa.

Erivânia Maria, ao lado do esgoto entupido: "Aqui falta tudo, 
tá completamente quase abandonada a ruinha".
 Foto: Roberval Jr/Correio Jataubense


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