terça-feira, 20 de março de 2012

Luis Fabiano: derrota na Copa 2010 foi segunda maior tristeza da carreira

Camisa 9 do São Paulo afirma que eliminação para a Holanda só não superou a morte do lateral Antonio Puerta, ex-companheiro no Sevilla

Por SporTV.com São Paulo
Passados mais de um ano e meio desde o fim da Copa do Mundo de 2010, Luis Fabiano ainda não sabe apontar os motivos que explicariam a eliminação da Seleção Brasileira para a Holanda, nas quartas de final, após derrota por 2 a 1, de virada. Titular absoluto do ataque na equipe comandada pelo ex-técnico Dunga e autor de três gols no torneio, Fabuloso prefere caracterizar o episódio como algo inerente à disputa de um Mundial, que, segundo ele, consagra a equipe campeã e marca negativamente o time favorito que acaba eliminado.
Para o camisa 9 do São Paulo, a despedida precoce na África do Sul representa sua segunda maior tristeza da carreira, menor apenas que o falecimento do colega de equipe Antonio Puerta, em 2007, quando atuavam juntos no Sevilla.
Você ser convocado para uma Copa do Mundo é uma emoção enorme, e depois tem o outro lado, a tristeza de ser eliminado e não chegar à final"
Fabuloso
- Não tem explicação. Você ser convocado para uma Copa do Mundo é uma emoção enorme, e depois tem o outro lado, a tristeza de ser eliminado e não chegar à final. Depois da morte do meu companheiro no Sevilla, que foi em 2007, foi o momento mais triste da minha carreira ser eliminado, ver todo mundo chorando. Ficamos sem dormir, passamos a noite em claro - afirmou o jogador.
Apesar do triste fim, Fabuloso carrega um gol como troféu. Segundo ele, o primeiro tento marcado contra a Costa do Marfim, pela fase de grupos, teve um sabor especial, tanto por selar o fim do jejum de seis jogos no torneio quanto por ter ocorrido em uma Copa do Mundo.
- Aquele gol contra a Costa do Marfim foi um alívio, um momento muito especial. Fazer um gol em Copa, pelo Brasil, não é fácil. Têm muitos que foram e não conseguiram fazer. Eu fiquei feliz da vida, é inexplicável o que você sente, com milhões de pessoas vendo, é o ápice do jogador - disse.
Lembranças ruins, no entanto, ficaram no passado. Autor de seis gols pelo São Paulo nos últimos oito dias - um deles no vitória por 3 a 1 sobre o Santos - o atacante vibra com o bom começo de temporada. Em 2011, foi obrigado a superar uma lesão em um tendão próximo ao joelho direito que o deixou sete meses impedido de estrear pelo Tricolor Paulista após sua apresentação no clube, em março daquele ano. Recentemente, no dia 28 de janeiro, sofreu novamente com um estiramento na coxa direita, superada apenas com cinco semanas e meia de recuperação, ou 43 dias sem balançar a redes.
Na entrevista a seguir, concedida em exclusivo ao "SporTV News", Luis Fabiano reafirma sua vontade de buscar títulos no Tricolor Paulista, comenta a relação com o meia Lucas, recentemente envolvido em polêmicas com o técnico Emerson Leão e relembra a relação com a Ponte Preta, clube no qual deu os primeiros passos da carreira e cogitado como possível destino no futuro.
Tendo marcado 119 vezes pelo São Paulo, você ainda planeja alcançar a marca de maior artilheiro do clube, detida por Serginho Chulapa, com 242 gols?
É uma coisa muito complicada. Eu tenho apenas mais três anos de contrato e são muitos gols, muitos gols mesmo, mas espero pelo menos chegar perto, não é meu maior objetivo, porque o maior é conquistar títulos, mas é um dos objetivos.
Você tem um carinho especial pela Ponte Preta? Como é o sentimento pelo clube que o revelou no futebol?
Tenho um carinho especial pelo meu avô, que era torcedor fanático da Ponte Preta, jogou lá um tempo, ia a todos os jogos. Por isso, passei a ter um carinho especial com a Ponte Preta, eu ia em todos os jogos, e tive a felicidade de pode vestir a camisa da Ponte ainda com o meu avô vivo. Espero, um dia, depois de passar pelo São Paulo, espero também ir para a Ponte Preta e retribuir tudo que foi feito por mim.
Luis Fabiano em treino do São Paulo, no Mangueirão (Foto: Rubens Chiri / Site oficial do São Paulo)Luis Fabiano em treino do São Paulo, no Mangueirão (Foto: Rubens Chiri / Site oficial do São Paulo)
Como você tem encarado essa 'volta por cima' no São Paulo, marcada por lesões e, agora, com uma série de gols?
Eu passei esses 42 dias (em função do estiramento na coxa) praticamente aqui dentro, fazendo a minha recuperação, acho que ainda faltam alguns detalhes, às vezes me falta um pouco de ritmo de jogo. Existia a expectativa da minha chegada a São Paulo, mas eu não esperava que fosse uma festa tão bonita.
Qual a sua opinião sobre o caso envolvendo o Lucas e o técnico Leão, que discutiram sobre as jogadas individuais do meia?
Eu conversei com ele depois desse episódio e vi ele tranquilo, totalmente disposto a apagar aquilo que foi dito, conversamos aqui entre os jogadores e o treinador, está tudo resolvido.
O que explicaria o acorrido na Copa do Mundo de 2010 com a eliminação para a Holanda?
Não tem explicação. Você ser convocado para uma Copa do Mundo é uma emoção ernorme, e depois tem o outro lado, a tristeza de ser eliminado e não chegar à final. Depois da morte do meu companheiro no Sevilla, que foi em 2007, foi o momento mais triste da minha carreira. Ser eliminado, ver todo mundo chorando, sem dormir, passamos a noite em claro.
O que o Sevilla representou para você?
O Sevilla, em 2005, montou um time para pelo menos chegar a uma final em seu centenário. Acabamos conquistando seis títulos em cinco anos, foi maravilhoso, tive a oportunidade de fazer parte desse time vencedor, vai ficar marcado para o resto da minha carreira. Espero poder passar pelo São Paulo outros momentos especiais como esse. Mas o Sevilla está no meu coração.
Luis Fabiano volta a campo pelo São Paulo contra o Mirassol, no próximo domingo, às 18h30 (de Brasília). A partida, no estádio Municipal de Mirassol, é válida pela 15º rodada do Campeonato Paulista.

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